ÉNORME, Sophie Letourneur

IHERING GUEDES ALCOFORADO

Énorme (2019)da Diretora Sophie Letourneur e protagonizado por Marina Föis Jonathan Cohen, para deleite do expectador, entrega o que não promete. A promessa é uma comédia, mas o que entrega é um estimulo a reflexão sobre a tensão entre a maternidade e a paternidade.

A lição é que o instinto da reprodução é igualmente distribuído entre a maternidade e a paternidade, indo ao encontro ao senso comum que tende associar o instinto da reprodução a maternidade.

A inversão é explorado pela diretora como um cenário para a comédia, mas o que se constata é a falta talento para tanto, enquanto sobra sensibilidade para a escolha de problemática importante e relevante.

Graças a esse descompasso, o que oferece é uma relação tensa entre o artificial e o natural que funciona como um estímulo a reflexão crítica sobre a modernidade que avança no âmbito da cultura empurrada pela razão, ao tempo em que regride na dimensão humana, reprimindo o instinto animal de reprodução.