PROFESSOR SUBSTITUTO: Angústia e Desespero do Tempo Presente (Ihering Guedes Alcoforado)

O filme O Professor Substituto ( Sébastian Marnier, França, 2018) retrata a angustia e desespero de uma turma de jovens adolescentes prodígios na ausência dos deuses no seu mundo (apenas presente na sua forma simbólica na cruz na cena inicial), ou seja de valores fundamentais e de possibilidade de realização pessoal.

A narrativa é marcada pela morte: o suicídio do professor na cena inicial que expressa a obsolescência do status quo francês e, pelo desastre atômico das cenas finais que expressa falta de horizontes para os jovens.

Ao longo desse arco de mortes, a angustia e desespero do grupo decorre da opressiva antecipação do futuro catastrófico representado no filme num plano direto na poluição do meio ambiente ao longo das suas caminhada e, num plano indireto, pelas imagens do vídeo por meio do qual buscavam uma auto-formação paralela repleto de imagens catastróficas

As aflições e desesperança do grupo se refletem em mudança atitudinais, a exemplo da perda de segurança a respeito da evolução social em contraste com a confiança da Escola e seus professores quanto ao futuro das suas vidas profissionais extraída dos seus desempenhos estudantis.

Enfim, a possibilidade de realização pessoal acenada pela Escola é trocada pela morte coletiva, o que insinua uma saída coletiva, ainda que seja por meio da morte.