ONCE UPON TIME IN AMERICA (Era uma vez na América) by Sergio Leone
IHERING GUEDES ALCOFORADO
No cinema, algumas vezes o excesso de talento gera carência de dramaturgia. É o caso Era Uma Vez na América (Once Upon a time in America,1984) que na ânsia de explorar os recursos de dois virtuosos: Al Pacino envolvido numa trilha sonora de Ennio Morricone, descuidou do foco e não consegui explorar a trama e evidenciar a relação tensa entre as três estrategias alternativas de concretizar a ambição, representada por três personagens emblemática: Noddis, Deborah e Secretáio Bailey, as quais configuram a problemática que atravessa todo o filme.
A trajetória de Noddis , o personagem de Al Pacino, é estabelecida sem mediação, por meio do jogo bruto, e, mesmo tendo interagindo com o crime institucionalizado, não revela interesse em se integra. Diferente da estratégia do Secretário Secretário Bayle, cuja trajetória no crime é configurada dentro das instituições, e não devidamente explorada no filme. E, a terceira é representado por Deborah, o personagem de Elizabeth McGovern que busca chegar ao topo por meio da arte e, não por acaso objeto de paixão dos dois outros personagens.
O diretor submeteu-se ao virtuosismo de Al Pacino e Ennio Morricone e, assim ao enfatizar o personagem de Al Pacino, perdeu a oportunidade de explorar a tensão estabelecida com relação como os dois outros personagens emblemáticos e, por na tela não apenas o virtuosismo de seu elenco, mas o desvelamento da problemática subjacente a trama.
Enfim, uma oportunidade perdida de por na tela não só a relação íntima com entre as estrategias (com suas especificidades) de concretização das ambições dos que vindo de baixo se revelam desde a largada como vencedores da corrida e prováveis ocupantes do topo, mas principalmente as aporias dessas trajetórias.