“O atirador” (Skytten) de Annette K. Olesen (2013) (Ihering Guedes Alcoforado)

AMBIGUIDADES no mundo da vida e no sistema é o que temos no filme O atirador” (Skytten) de Annette K. Olesen, um thriller político que desvela as ambiguidades do mundo da política ambiental dinamarquesa, expressa pelo personagem do Ministro do Meio Ambiente que se elege com um discurso, mas que deve ser avalado por resultados de politicas não compatíveis com o discurso e, do mundo da vida de uma jornalista simpática da causa ambientalista que mesmo empoderada pela competência e influência da sua atuação profissional, não abandona o desejo de um filho, ainda que adotivo e, mediado por seu contendor.

Dois personagem empoderados no sistema que tem suas relações profissionais convergente em torno da atuação da estatal petrolífera da Dinamarca na exploração de petróleo na Groelândia e, base militar, já naturalmente tensionadas num pais de grande consciência ambiental e política, é magnificada pela ação de “lobo solitário”: o atirador, cuja expertise geotécnica lhe permite dispor de informações altamente especializadas suficiente para avaliar o real impacto da ação da estatal, mas por meio da quais não consegue exercer nenhuma influência política n processo, o que não acontece com sua expertise como atirador.

Em resumo, uma critica sútil ao mundo masculino manifesto no processo político democrático orientado pelo desempenho eleitoral, em detrimento dos fatos técnicose dos compromissos compromissos, no contraponto com o mundo feminino seu compromisso com a “verdade” e o compromisso/desejo da maternidade, ainda que adotiva. E tudo isso num thriller político eletrizante.