LE JEUNE AHMED de Jean-Pierre Dardenne, Luc Dardenne, 2019(Ihering Guedes Alcoforado)

Os irmãos Jean-Pierre Dardenne, Luc Dardenne ao focar sua cinematografia nos conflitos estabelecidos nas franjas da sociedades européias reforçam a cada obra uma posição já consolidada no coração e mente da nova cinefilia.

Em Le Jeune Ahmed exploram de forma inovadora, pelo menos no que se refere ao recorte uma temática já explorada: o radicalismo islâmico, ficando a diferença por conta da perspectiva por meio da qual evidencia as ambiguidades e contradições na construção do personagem que oferece o título do filme que, com a leveza natural de um adolescente e um rosto no qual não se reflete qualquer sinal de maldade, mas que apresenta um comportamento perverso diante da impossibilidade de convivência com o diferente.

O problema da representação narrada fica por conta das causas insinuadas para tal contraste e que mais contribui para acirrar do que para equacionar o conflito, evidenciando uma lacuna política que reflete um enviesamento mais amplo do frame com o qual opera alinhado com uma cosmovisão manifesta na nova cinefilia.