JOGO É GUERRA: Pulsão e Vandalismo — Ihering Guedes Alcoforado
O vandalismo promovidopor alugns torcedores do Grêmio não é um um ponto fora da reta de muitas das torcidas organizadas, ele na verdade magnifica um descarga de “pulsão” que desde Freud, passou a ser tida como energia vital associada à morte, e que se manifesta tanto por meio da criação como da destruição nas ações humanas tanto nas individualizadas como nas coletivas manifestas via eventos sociais, tais como no vandalismo em consideração. [1]
Diante do fato é necessário ter em conta que as torcidas organizadas vicenciam o jogo como uma guerra, a partir do que magnificam a pulsão de morte e, apesar do dano que causam ao próprio clube, por sua vez, se configuram como respostas compassivas e solidárias que não só avivam como muitas vezes estabelecem os laços de “afetos” entre seus membros que funciona como a “liga” que viabilizam não só as torcidas mas também as próprias agremiações.
Si as pulsões destrutivas que se manifestas pelo vandalismo é inaceitável, não se pode desconsiderar que é por meio de tais descargas que se cria as condições para o estabelecimento dos lações afetivos necessráios não só a essas organizações, como as demais organizações informais (e ate mesmo formais) que vertebram nossa sociedade e cimetam as entidades étnicas nas quais se assentam algumas nações, também uma fonte ecorrente de violências coletivas.
Ou seja, o vandlismo abjeto tão condenado tem a mesma origem pulsional do espetáculo sublime que é uma nação como a brasileira, comemorando a conquista de uma copa do mundo: ambas resultam de descargas de pulsões por meio das quais se evidencia os laços de afetos, os quais como que um momento mágico nos sentimos brasileiros pertencente a uma nação. Num caso temos uma simples torcida organizada numa explosão destrutiva, enquanto o outro o vinculo é com uma nação envolvendo milhões pessoas numa descarga puslsional construtiva: ambas efêmeras...
Enfim, diante do vandalismo em tela, o mais lamentável não é o fato em si,o que não significa que não seja lamentável. O que é mais lamentavel é o tratamento rasteiro que é dado ao fato, ao desconsidera a natureza e o escopo das suas causas e consequencias, perdendo-se a oportunidade de se refletir e tomar consciência de quanto é tênue a fronteira que seprara as manifestaões sublimes das pulsões da manifestções mais abjetas e, assim, criar as condições de possibilidade para que se possa estabelecer parâmetros necessários a canalização das pulsões humanas demasiadas humanas para criações sublimes, mas sem esquecer que, num descuido, essa mesma pulsão pode ser canalizada para a destruição mais abejeta; Auschwitz é a prova disso.
NOTA
[1] O concepto de pulsão foi proposto por Freud e, nesta nota é utilizado como energia vital inscrita em determinado código cultural, ou seja, é humano demasiado humano e, não deve ser confundido com a noção de instinto entendida como uma resposta automática inscrita em códigos genéticos