AMEAÇAS À DEMOCRACIA LIBERAL: Intolerância Extrema e Radicalismo Político — Ihering Guedes Alcoforado
A crescente polarização política no Brasil pavimenta o caminho para radicalismo tanto a esquerda como a direita, o que coloca no nosso horizonte político uma desligitimação da democracia liberal e a justificatica para alternativas políticas autoritárias, quando não totalitárias. Nesta nota chamo atençao que entre os promotores desse processo constata-se dois grupos: um segmento atua de forma consciente no sentido de destruição do estado de direito, criando as condições para a emergência de um estado de excessão; enquanto outro age de forma inconsciente no mesmo sentido.
O primeiro grupo é formado por aqueles movidos doutrinariamente e alimentam seu ódio ao estado de direito de forma sistematica por meio de leituras que racionalizam suas projeções totalitárias que tem como base a critica a democracia liberal nos rastro de Carl Schmitt, com desdobramentos tanto no campo da direita como da esquerda.
O segundo grupo é constituido pelos bens intencionados, cuja conduta foi apreendida pelo psicólogo social Roy Baumeister no seu livro: Evil: Inside Human Violence and Cruelty por meio de uma proposição constatativa contra-intuitiva para muitos, ou seja, que o mal geralmente entra no mundo sem ser reconhecido pelas pessoas que abrem a porta e o deixam entrar, não vendo o que estão fazendo como mal. Um exemplo é o grupo que trabalham para colocar no panteão nacional ícones do radicalismo político brasileiro recente associado ao campo da esquerda.
Por fim, é necessário ter em conta que as ameaças do segundo grupo a legitimação da democracia liberal é mais dificil de ser combatida, dado que se posiciona politicamente de forma oblíqua, já que não se apresenta como um oponente a democracia liberal e muito menos como um defensor de um regime totalitário, a exemplo do acontece com o primeiro grupo. Essa ameaça é magnificada quando se registra historicamente que o primeiro grupo tende a ser minoritário e que só conseque ascender de forma consciente ao poder graças a contribuição do segundo grupo que, em tese, age na mesma direção, mas de forma não consciente ou intencional.