FUTURE-SE: A Universidade Como Objeto de Pesquisa dos Economistas (Ihering Guedes Alcoforado)

Na atual sociedade e economia do conhecimento a demanda por produtos universitário (quadros e novos conhecimento) vai além da capacidade das universidades tradicionais e outras organizações não universitárias passam a assumir suas funções, em especial as de pesquisa.

Diante deste novo cenário o que se observa é tendência de reforma nas universidade tendo em conta, de um lado, a eficiência dos processos e protocolos e, do outro lado, a eficácia e efetividade dos seus produtos.

No entanto, a pesquisa econômica aplicada não tem se notabilizado pelo estudo da universidade como um objeto de estudo, o que implica considerá-la como uma “planta” e ou uma “firma”, os dois conceitos por meio dos quais os economistas apreendem os mais diversos arranjos produtivos. .

Uma forma de aplicar os frames da economia é tomar universidade como uma organização que os economistas consideram em dois planos: i)planta e ii) firma, os quais são inseridos num ambiente institucional.

A consideração da universidade como uma planta permite ao economista analisa-la enquanto uma unidade de processamento de insumos e produção de serviços, os quais tendem a ser considerado como seu produto final: i) profissionais qualificados para as mais diversas funções e ii) pesquisa que tenha uma utilidade, seja direta por meio da pesquisa e desenvolvimento que resulte não só em invenção mas em inovação, seja de forma indireta, por meio da pesquisa básica que crie as condições de possibilidades para a P & D, e, em consequencia o desenvolvimento tecnológico.

Em função das suas atividades as universidades tendem a ser dividias em dois grupos a partir do seu produto final: i) as universidade de ensino e ii) as universidades de pesquisa, as quais sempre contemplam o ensino. As quais a despeito dos seus meios e fins configuram-se como campos dinâmicos [ENDERS, 2017] inseridas em ambientes institucionais que agasalham seus arranjos organizacionais [HUISMAN,2017].

Diante deste desafio a comunidade dos economistas, em especial os envolvidos com a universidade devem mobilizar suas técnicas e recursos analíticos e aplicá-los a estudos do sistema universitário, tendo como referência não só a organização universitária em geral, mas também o ambiente institucional no qual se insere, de forma a gerar as condições, se não de uma compreensão, de pelo menos um entendimento contingente que permita definir de uma estratégia de enfrentamento dos desafios decorrentes da crise fiscal do estado, mas principalmente das novas demandas postas pela sociedade e pela economia brasileira.

O FUTURE-SE emerge neste contexto e deve ser avaliado neste contexto, já que no seu bojo abre espaço, não só para a diferenciação entre universidade de ensino e pesquisa, mas principalmente para sua avaliação, não necessariamente governamental da sua performance a partir da eficácia e efetividade dos seus serviços pelos destinatários dos seus serviços e produtos

A consciência dessa problemática é que nos leva a mobilizar o legado da Public Choice em geral e de James Buchanan em particular, na celebração docentenário deste último, para iniciar um processo de apreensão dos problemas da universidade pública brasileira em geral e da UFBA tendo como referência seu atual ambiente institucional que o FUTURE-SE propõe alterar. A atividade será desenvolvida no âmbito do Seminário Política e Planejamento atividade do curso de política e planejamento oferecido no departamento de economia da UFBA .

BIBLIOGRAFIA

ENDERS, Jurgen., The Rise and Fall of Systems Thinking: Towards a Post-Bourdieuan Study of Field Dynamics IN SCOTT.,Peter, Jim Gallacher, and Gareth Parry., (eds.) New Languages and Landscapes of Higher Education. Oxford: Oxford University Press, 2017

HUISMAN, Jeroean., Higher Education Institutions: Landscape Designers or Contrived Organisations? IN SCOTT.,Peter, Jim Gallacher, and Gareth Parry., (eds.) New Languages and Landscapes of Higher Education. Oxford: Oxford University Press, 2017

RHOADES, Gary., Beyond the ‘Organization’ and the ‘Academic Profession’, IN SCOTT.,Peter, Jim Gallacher, and Gareth Parry., (eds.) New Languages and Landscapes of Higher Education. Oxford: Oxford University Press, 2017