DER BOCKERER IV — PRIMAVERA DE PRAGA de Franz Antel (Ihering Guedes Alcoforado)
“O Bockerer IV — Primavera de Praga” (Der Bockerer IV- Prager Frühling), de Franz Antel (Áustria, 2003) evidencia as dificuldades dos austríacos e checoeslovaco na convivência tanto com a memória como com o cotidiano político. Já abertura o diretor sinaliza o registro no qual vai montar a narrativa do seu drama político, por meio de duas cenas que revela os múltiplos tempos políticos e ideológicos aos quais estão submetido os austríacos: o hasteamento de uma bandeira em homenagem aos aniversário de Hitler e, o feriado religioso que não se sabe porque que funciona como o pano de fundo para introduzir o cotidiano do personagem central com seus amigos e sua governanta.
O núcleo dramático e semiótico do filme é estruturado em torno da lua de mel do açugueiro com sua esposa (ex-governanta) no momento de eclosão da Primavera de Praga.
O núcleo semiótico fica por conta da ácida critica não são aos inovadores soviéticos e seus aliados, mas principalmente ao socialismo com rosto humano em vigência antes da invasão,ressaltando as dificuldade de emergência de uma economia não estatal sufocada pela corrupção a partir da da criação de um pequeno açougue, exercido por um líder do partido comunista, na sua tentativa de se apropriar dos ativo doe um jovem casal materializado num pequeno açougue.
O núcleo dramático fica por conta das (des)ventura do velho açougueiro em libertar seu filho adotivo preso, um austriíaco casado com uma checa-eslovaca, pela máfia comunista emergente que tinha como intento se apropriar do seu pequeno patrimônio.
O resultado é um filme equilibrado: uma acida crítica política transvestida de uma comédia. Enfim, reflexão com desconcentração.